Nunca se deixe amarrar no primeiro encontro (um conto de Greg Kooche)


Após mais um longo dia de trabalho decidimos parar para uma cerveja naquele bar perto da faculdade. Não gostava muito desses bares, pessoas insuportavelmente pseudo intelectuais, chatas, com suas preocupações de gente que tem 30 anos e mora com os pais sem nunca ter trabalhado na vida. Mas eu estava de carona, então, não tinha muita opção, e além do mais universitárias eram bem fáceis de se pegar, ainda mais depois de você pagar algumas cervejas no fim da noite.
Chegamos ao bar, eu e mais dois amigos. Pedi duas cervejas, uma para eles e outra para mim. Sempre preferi beber minha cerveja sozinho pois não a deixava esquentar, nem gostava que fosse servida com espuma.
Havia sido um dia de boas vendas. O garçom trouxe as cervejas, tomei o primeiro copo em um gole, olhei para meus amigos e disse:
- Detesto esse lugar.
- Eu adoro, sinto falta daqui. – Me respondeu Luciano, ele havia estudado nessa faculdade e frequentado esses bares ao redor durante quatro ou cinco anos.
- Então porque você não pede demissão, fica sendo sustentado pela sua mãe e vai fazer algum outro curso.
- Você não sabe como eu penso nisso quase todos os dias.
- Ok, ok.
Dei uma olhada ao redor e lá estavam elas. Duas garotas, uma ruiva, uma loira e um gay na mesa. Ao menos parecia gay, todos esses caras parecem gays. Seus cabelos despenteados, suas barbas ralas por fazer e suas feições de garota. A ruiva eu conhecia de vista. Havia sido mulher de um cara que eu conhecia dos bares por ai.
- Paga uma cerveja pra gente. – A ruiva me disse.
- Ok, sentem ai.
Vieram os três. As duas garotas e a bicha. Já vieram com seus copos. Pedi mais uma cerveja e começamos a conversar. Eles começaram a conversar, eu ficava na minha, só olhando, achando tudo aquilo um saco.
- O que vocês acham da redução da maioridade penal? – Alguma delas perguntou.
- Eu sou a favor. – Respondeu alguém.
- Você só pode estar maluco, eu sou totalmente contra por que “blá blá blá”.
- E você o que acha? – A ruiva me perguntou.
- Tanto faz.
- Você não pode ser assim, tem que se preocupar com o futuro, os direitos humanos e “blá blá blá”.
Tudo o que eu conseguia ouvir era “blá blá blá”,  aquilo era um saco.
Repentinamente a ruiva pegou meu braço e desenhou um coração com uma caneta rosa. Eu apaguei no mesmo momento.
- Nossa, como você é chato.
- Sim, faço questão de ser chato.
Ela então desenhou uma suástica no meu braço. Apaguei novamente. Não é por que eu não goste de corações que eu era nazista.
- Tá pensando no que? – ela me perguntou.
- Tenho o direito constitucional de guardar meus pensamentos para mim.
- Grosso.
- To pensando que tudo isso é um saco e talvez já deva ser hora de ir embora.
Levantei e fui ao banheiro mijar. Olhei minha cara no espelho e pensei o que eu estava fazendo naquele maldito bar. Quando sai do banheiro ela estava parada na porta. Eu tentei a beijar e então ela desviou e me disse:
- Somos só amigos.
- Então vá se foder.
Saí andando e ela me puxou pelo braço e me pediu um beijo. Eu recusei. Meu orgulho me fazia recusar. Ela insistiu e então foda-se o orgulho e a beijei. Quando voltamos a mesa do bar todos nos olharam com aquela cara de que sabiam o que havia acontecido. Eles continuaram a falar e falar. E eu quieto nos meus pensamentos. A loira sentou do meu lado.
- Eu adoro tequila, vocês gostam?
- Sim. – respondi. Se a conversa fosse sobre álcool eu me interessava um pouco mais.
- Eu nunca tomei. – Luciano respondeu.
- Na Rússia tem uma tradição de colocar sal no ombro das mulheres, limão nas suas bocas e depois lamber o sal, chupar o limão que está nos lábios e depois tomar uma dose de tequila. – A loira falou.
- Mentira. – Eu disse.
- Claro que não, é verdade, eu já fui para lá.
- Tequila é do México, vodka é da Rússia. – Respondi quase que grosseiramente.
- Não mesmo. – Ela respondeu.
- Foda-se. – Eu disse. Nunca gostei de discutir com idiotas.
Então a loira me beijou. Eu correspondi e todos ficaram se olhando sem entender nada. A noite começava a ficar interessante. Então quando larguei a loira, a ruiva me puxou e me beijou novamente, e depois sugeriu que nos três nos beijássemos junto. Disse que aquilo era um trejo. Eu recusei. Então as duas se beijaram e me olharam. Que se dane. Beijei as duas. Meus amigos começaram a ficar irritados eu acho, então eu disse:
- Vamos lá, olha a cara deles, deem um trejo neles também.
Então elas foram e deram o tal trejo no meu primeiro amigo, e na hora em que Luciano já estava quase pulando sobre a mesa para beija-las, a ruiva veio me beijar e só a loira o beijou.
Nesse momento olhei e o bar já estava quase vazio, e já tínhamos um engradado de cerveja quase completo aos nossos pés. A bicha já havia ido embora.
- Vamos pra outro lugar? – Sugeriu a ruiva no meu ouvido.
- Só nos dois ou sua amiga vem também?
- Eu não sou o bastante para você?
- Claro que é querida.
Chamei um taxi, paguei a minha parte da conta e fomos para um motel barato próximo a faculdade, paguei e subimos. Entramos no quarto, pedi umas cervejas. Ela foi tomar banho e eu fiquei bebendo. Coloquei um filme pornô qualquer, com duas loiras se pegando. Aquilo era lindo. Os seios siliconados enormes e as caras de santas, de anjos, se lambendo, as bocetas lisinhas e rosadas. Se lambiam e se beijavam. Aquilo era lindo.
Quando ela saiu do banheiro só de lingerie veio me beijar e notou o filme que eu estava vendo.
- Você não gosta de mim não é?
- Por que a pergunta agora?
- Fica ai babando por essas loiras.
- Não estou nem ai para a cor dos cabelos, apenas me interessam os peitos, as bundas e as bocetas. Por mim se fossem carecas não faria diferença.
- Mentira! – Ela gritou e me deu um tapa no rosto.
- Vá se foder sua vagabunda. – E então lhe devolvi o tapa bem no meio da cara, e depois mais outro, e por ultimo um soco em sua barriga.
Ela se virou com ódio no olhar, eu podia sentir o cheiro do ódio que ela exalava. E então se atirou em cima de mim e começou a me beijar e morder a minha boca. E então rasgou a carne dos meus lábios e começou a lamber o sangue que começava a descer. Lhe dei outro tapa na cara, agarrei-lhe pelos cabelos e a joguei de lado na cama.
- Então é isso que você gosta? Violência?
- Me bate.
- Tem certeza?
- Me bate! – Ela disse aos berros.
Então lhe dei outra bofetada na cara. Mais um puxão de cabelos, fiquei com alguns dos fios vermelhos entre meus dedos. E então lhe dei uma mordida no pescoço, outro tapa na cara e uma mordida nos lábios a ponto de sangrar. Ela era louca.
Rasgou minha camisa, e começou a morder meu peito, e subia e mordia a pouca barba que havia no meu queixo, e então me deu outro tapa na cara. Pude sentir o gosto de sangue na minha boca. Aquilo era bom.  Tirou o meu cinto, desabotoou minha calça e começou a morder meu pau por cima da cueca. Eu estava ficando louco agora. Então puxei-lhe pelos cabelos, enfiei a língua em sua boca, e ela devolveu, quase me sufocando com sua língua. Outros tapas e então ela pegou meu pau e começou a lamber de cima a baixo. Lambia e me olhava, eu com uma cara de súplica, pedia com os olhos para que ela enfiasse ele em sua boca quente. Ela entendeu minhas suplicas, mas não o fez.
Então pegou o cinto da minha calça, e pediu para me amarrar. Eu atendi prontamente, dei os pulsos a ela. Passou ambos sob a cabeceira da cama e apertou com o cinto. Fiquei ali entregue completamente à aquela louca. Ela então começou a se esfregar em mim, alisar meu pau, lambe-lo, mas nunca o colocava na boca. Eu sentia que ele iria explodir a qualquer momento. Então ela veio e sentou em meu rosto, esfregou sua bunda em mim e beliscou meus mamilos. Aquela dor estava me deixando louco. Aquela mulher estava me deixando louco.
Subitamente ela parou, se levantou e começou a por a roupa. Eu fiquei ali, atônito sem entender o que estava acontecendo. Ela só me olhava e ria, eu ainda atordoado depois de tanto ter bebido e de tanto ter sido excitado. Não conseguia formular um pensamento concreto. Então respirei fundo e lhe disse:
- O que aconteceu? O que foi?
- Tchau otário.
Foi até minha calça, esvaziou meus bolsos, pegou meus cartões da carteira, e mais o resto do dinheiro que encontrou. Eu só conseguia rir. Afinal de contas, três da manha de uma sexta feira e eu estava amarrado a uma cama de motel sendo assaltado por uma vagabunda de cabelo vermelho.
Então ela veio, me deu um beijo e foi em direção a porta. Só tive tempo de gritar:
- Sua puta, eu prefiro as loiras!
Ela sorriu e foi embora.
Algumas horas depois a camareira do motel veio até lá e me encontrou amarrado na cama, com as mãos já roxas, e fedendo a cerveja. Contei a história por cima, e fui embora. Me disseram para dar queixa na policia, mas não, eu não faria isso.
Dias depois fomos novamente ao bar, e lá estava a piranha. Agora estava loira. Chegou para mim, me pagou uma cerveja e disse:
- Ainda prefere as loiras?
- Tá brincando com a sorte né, sua puta?
Ela sorriu e foi embora.
Talvez eu tivesse encontrado a mulher da minha vida.


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